Parvovirose - Parvovírus em cães


 


A parvovirose canina é uma grave afecção causada pelos vírus da família Parvoviridae que acomete o trato gastrointestinal dos filhotes. É mais uma enfermidade considerada altamente contagiosa, já que a transmissão ocorre por via oronasal e também por meio das fezes, ambientes contaminados e fômites.

Após o desmame, no período neonatal, os cães apresentam maior susceptibilidade para a infecção pelo CPV-2 e é necessário ajustar o manejo nutricional para suprir as altas demandas energéticas e nutricionais dos filhotes, de modo que o indivíduo seja capaz de desenvolver a própria proteção imunológica.

Embora todos os cães possam ser acometidos, algumas raças podem ter maior predisposição genética à parvovirose canina, por exemplo Pastor Alemão e Labrador Retriever, além de outras. Por isso, seguir corretamente o protocolo vacinal é a forma mais eficaz de prevenção da doença. As vacinas V8 e V10 são indicadas para a prevenção dessa e de outras doenças em filhotes de cães!

Também deve-se ajustar o manejo nutricional do filhote para suprir as altas demandas energéticas e nutricionais de acordo com cada fase da vida do animal.

Quando não há tratamento adequado, é possível que ocorra o agravamento da doença com graves complicações no quadro, podendo desencadear distúrbios hidroeletrolíticos, desidratação severa, desnutrição, infecções secundárias, sepse e até mesmo o óbito do paciente.


AÇÃO DO PARVOVÍRUS NOS CÃES

O parvovírus é altamente contagioso e a transmissão ocorre por via oronasal e também por meio das fezes, ambientes contaminados e fômites. O período neonatal, logo após o desmame, geralmente é o de maior susceptibilidade dos cães para a infecção pelo CPV-2 e outras doenças, como as parasitárias.


Fases da parvovirose em cães

A afecção apresenta três fases: 
  • incubação: o período de incubação viral geralmente ocorre entre 4 e 14 dias;
  • replicação: de forma inicial, acontece nas tonsilas faríngeas e se dissemina por todo o sistema linfático e circulatório do animal, afetando diversos órgãos, como timo, baço, fígado, medula óssea e criptas intestinais. Geralmente a estrutura do epitélio intestinal pode ser visualmente a mais prejudicada, sendo a região das criptas a mais afetada;
  • viremia: pode ocorrer entre o período de 3 a 5 dias, e os animais acometidos já podem disseminar o vírus através das fezes. Essa eliminação fecal pode ter durabilidade superior a 10 dias, caracterizando a doença como de alto índice de morbidade.

A imunização é a forma mais eficaz de prevenção da parvovirose canina. Portanto, é imprescindível que o Médico-Veterinário alerte os tutores sobre a importância das vacinas V8 ou V10 para os filhotes de cães.

Vale ressaltar que os animais que não receberam o protocolo vacinal completo ou que receberam vacinas em período atrasado ou de qualidade duvidosa podem ser mais susceptíveis a contrair o parvovírus e desenvolver a parvovirose canina, além de outras doenças, uma vez a soroconversão adequada poderá ser comprometida.

 


Resistência do parvovírus no ambiente

O CPV é um vírus do tipo DNA, com fita simples e não envelopado (MELO et al, 2021). Portanto, é considerado extremamente resistente no ambiente e também aos produtos de limpeza, como sabão, detergentes e álcool.

Vale relembrar que, no caso dos vírus envelopados, a destruição do envelope que constitui a camada externa viral é possível uma vez que o envelope é formado por lipídios, que são facilmente dissolvidos com o uso de produtos como detergentes, álcool e etc.

 

SINTOMAS DA PARVOVIROSE

Uma pesquisa identificou que diversos fatores podem estar associados e influenciar no surgimento dos sinais clínicos, como raça, idade, gênero, protocolo de vacinação prévio, localização geográfica, ambiente em que vive o pet, superpopulação de animais e a preexistência de doenças concomitantes.


Dentre os principais sinais clínicos observados nos casos de parvovirose canina estão:
  • hematoquezia;
  • melena;
  • febre;
  • êmese;
  • diarreia;
  • necrose linfoide dos tecidos afetados (linfonodos periférico, timo e baço);
  • anemia arregenerativa e linfopenia;
  • anorexia ou hiporexia e emagrecimento;
  • sialorréia;
  • caquexia;
  • dor à palpação abdominal;
  • polidipsia, oligodipsia ou adipsia;
  • prolapso retal;
  • letargia, depressão ou prostração;
  • lesões devido ao processo inflamatório;
  • desidratação ou desnutrição.

 

Entre os sinais clínicos mais comuns vistos pelos próprios tutores dos animais estão a diarreia com odor fétido e hematoquezia. Geralmente são queixas comuns durante a consulta.

Também é possível que apareçam lesões secundárias à infecção viral no trato intestinal dos animais acometidos, podendo gerar uma lesão inflamatória sistêmica, resultando em choque séptico.



DIAGNÓSTICO DA PARVOVIROSE

Para o diagnóstico da doença, durante a consulta o Médico-Veterinário fará uma anamnese detalhada com o objetivo de investigar o histórico e sinais clínicos apresentados pelo pet, além de verificar quais são os hábitos, rotinas e tipo de dieta do animal, além de outras informações essenciais.

Na busca por um diagnóstico assertivo, o profissional deve realizar o exame físico completo e solicitar exames laboratoriais, como o ELISA, que detecta a presença de antígenos virais nas fezes dos cães. O PCR pode ser solicitado para confirmação, dependendo do período da doença e/ou caso o resultado do ELISA gere dúvidas.

Caso haja outras enfermidades concomitantes, outros exames podem ser solicitados para diagnóstico diferencial, como a radiografia e ultrassonografia abdominal, além do ecocardiograma para avaliar a ocorrência de disfunção miocárdica e outros, de acordo com a suspeita diagnóstica .

Com base na anamnese, nos exames e nos sinais clínicos observados no animal, será possível fazer o diagnóstico da parvovirose canina, podendo definir então qual será a melhor opção de tratamento, de acordo com o caso.

O diagnóstico deve ser rápido, pois a enfermidade favorece o surgimento de infecções secundárias levando o curso clínico para uma evolução acelerada, onde o óbito dos animais não vacinados ou com protocolos de vacinação ineficientes pode ocorrer entre 2 a 3 dias após o início dos sinais clínicos.

Geralmente, quando há suspeita, é comum que o profissional já inicie o tratamento enquanto aguarda os resultados dos exames. Alguns animais podem necessitar de internação para um melhor suporte.


TRATAMENTO DA PARVOVIROSE

É recomendado que os cães com parvovirose sejam isolados de outros animais para um correto manejo e tratamento adequado.

Vale ressaltar que a taxa de sobrevivência dos animais que realizam adequadamente o tratamento pode chegar a 95% (MELO et al, 2021). Entretanto, a atenção deve ser redobrada para os filhotes, pois eles ainda não possuem a imunidade completamente desenvolvida e por possuírem o metabolismo mais rápido, podem ter uma piora abrupta no quadro.

Geralmente a fluidoterapia é indicada em todos os casos para restaurar o volume e composição dos líquidos corporais, reidratando o paciente que apresenta diarreias e vômitos como sinais clínicos e que teve perda significativa dos fluídos corporais. Em alguns casos a internação deve ser recomendada para um melhor suporte.

O uso de fármacos, como antieméticos, antiácidos, protetores de mucosa, antibióticos, probióticos, analgésicos e antiespasmódicos, pode ser recomendado pelo Médico-Veterinário dependendo dos sinais clínicos apresentados no caso e da presença de outras doenças concomitantes. 

 

QUIABO FUNCIONA CONTRA PARVOVIROSE?

Sim e não. O quiabo não é um medicamento e o cãe precisa do tratamento veterinário adequado para não morrer. Porém o quiabo ajuda sim a fazer com que o animal reaja e que o tratamento com os remédios passados pelo veterinário faça mais efeito. 

O quiabo tem as vitaminas necessárias para levantar um animal convalescente e também para dar fome e fazer o animal voltar a se alimentar. Então o quiabo pode ajudar muito cães com parvovirose, só não pode ser o único tratamento.

 

O papel da nutrição no tratamento do animal

O manejo nutricional adequado é essencial, pois visa a prevenção do surgimento de doenças secundárias e a redução da gravidade dos sinais clínicos. No caso de filhotes e pacientes não vacinados é recomendado que o tutor seja orientado sobre a importância da vacinação futura, após a total recuperação do animal. Existem alimentos úmidos para cães debilitados de várias marcas, o veterinário deve recomendar o uso de um destes.

A nutrição de filhotes e adultos diagnosticados com parvovirose canina deve ser instituída com o intuito de favorecer a saúde digestiva, o trânsito intestinal, a reidratação e um ótimo crescimento, no caso dos filhotes.

 

Tempo de recuperação do cão com parvovirose

O prognóstico e o tempo de recuperação do cão acometido pela parvovirose podem variar de acordo com o caso. Porém, com a realização correta do tratamento, o restabelecimento da saúde do animal tende a ocorrer em poucos dias.


Prevenção da parvovirose

Atualmente, a vacinação dos filhotes e também de cães adultos é considerada a medida de prevenção mais eficaz, pois visa fortalecer e desenvolver o sistema imunológico do animal para combater o vírus e impedir sua replicação. Portanto, o profissional deve orientar o tutor sobre a importância quanto ao correto protocolo vacinal, pois a vacina deve ser aplicada dentro de centros médicos, por Médicos-Veterinários e no tempo e intervalos recomendados. 
 
O transporte incorreto das vacinas, um armazenamento inadequado e outros fatores podem interferir diretamente na capacidade de soroconversão da vacina, tornando o animal mais suscetível a infecção pelo parvovírus e outras doenças. A esterilização dos cães e a correta vermifugação também pode torná-los menos predispostos ao desenvolvimento da parvovirose e contribuir para a prevenção de afecções secundárias à doença


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